segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um pouco sobre aranhas


Pra quem tem paixão ou repudia as aranhas, aí vai algumas curiosidades:


Os artrópodes possuem esqueleto externo -- exosqueleto, uma estrutura dura, quitinosa, que reveste seu corpo. Os aracnídeos são artrópodes sem antenas, com quatro pares de patas torácicas e um par de palpos. Respiram por meio de filotraquéias, pulmões foliares, como páginas de um livro. Seu corpo é dividido em cefalotórax e abdômen. As aranhas se distinguem de outros aracnídeos por terem a cabeça e o tórax separados do abdômen por uma estreita cintura.
Todas as aranhas produzem seda, mas só algumas constroem teias para capturar os animais de que se alimentam. As outras usam as teias como moradas e para proteger seus ovos.
Todas as aranhas possuem glândulas produtoras de veneno, porém muito poucas são perigosas para os humanos. As aranhas são carnívoras e alimentam-se apenas de líquidos: elas cospem, exsudam ou injetam sucos digestivos em suas presas e depois sorvem o caldo resultante.
A maior de todas as aranhas que se conhecem é a aranha Golias, cuja fêmea é capaz de atingir, quando adulta, cerca de 25 cm, incluindo as pernas. E existem aranhas tão pequenas que seu corpo não atinge sequer 1 milímetro.
As aranhas precisam trocar de pele periodicamente, de 5 a 7 vezes, durante o período de crescimento. Aranhas que vivem muito, como as tarântulas, que vivem até 25 anos, trocam de pele a cada ano. Mesmo depois de terem crescido o suficiente, a pele precisa ser trocada porque fica gasta.
As quelíceras constituem o primeiro par de apêndices da cabeça e constituem-se de dois segmentos, um largo e forte, chamado basal, e o terminal, em forma de garra ou ferrão. O ferrão é feito de quitina espessa, geralmente negra, e termina em ponta muito fina. As garras de uma aranha são usadas para segurar, picar e triturar a presa. A maioria das aranhas usa veneno para matar suas presas. Na ponta das garras ficam duas estruturas semelhantes a seringas, ocas e pontiagudas, usadas para picar o corpo da presa e injetar o veneno, que é produzido em glândulas especiais.
Em muitas Caranguejeiras (Grammostola, Acanthoscurria, Lasiodora, etc.) existem aparelhos estridulantes, ou seja, capazes de emitir som áspero e agudo, situados na face anterior das coxas ou dos trocânteres do primeiro par de pernas, assim como na face posterior das mesmas articulações dos palpos.
Em alguns tipos de aranhas que constroem teias, na face superior dos metatarsos há uma ou duas filas de cerdas chamadas calamistro, que funcionam como um pente para a colocação de "certos fios, que se entrelaçam como 'fios de crochet'" (Wolfgang Bücherl, As Aranhas).
As fiandeiras são os órgãos de tecelagem e situam-se no final do abdômen, antes do ânus. Podem ser em número de duas, quatro ou seis. Nos ápices das fiandeiras e em seus declives laterais fica o campo tecedor, sobre os quais localizam-se as fúsulas, tubos quase microscópicos, por onde sai o líquido das glândulas produtoras de seda. Este líquido solidifica-se em contato com o ar, para formar os fios de seda.

E agora as perigosas...


Phoneutria sp. (armadeira)
As aranhas armadeiras possuem cor cinza ou castanho escuro e pelos curtos no corpo e nas pernas. Próximo aos ferrões os pelos são vermelhos. Quando adultas, chegam a atingir até 17 cm de comprimento, incluindo as pernas. O corpo tem de 4 a 5 cm. Não fazem teias, são errantes e solitárias, podendo ser encontradas em lugares escuros, vegetação (cachos de bananas, por exemplo). Podem entrar por debaixo das portas das residências, escondendo-se dentro de calçados. Geralmente à noite saem para caçar. São muito agressivas e assumem postura ameaçadora, "armando o bote", de onde vem seu nome. São comuns os acidentes, podendo ser graves para crianças menores de 7 anos. O sintoma predominante é uma dor intensa no local da picada. O tratamento em geral consiste de aplicação local de anestésico e, em casos graves, de aplicação do soro antiaracnídico.

Loxosceles sp. (aranha marrom)
Possui cor amarelada, sem manchas. Chega a atingir de 3 a 4 cm, incluindo as pernas. O corpo atinge de 1 a 2 cm. Os pêlos são poucos, curtos, quase invisíveis. Essas aranhas vivem em teias irregulares, semelhantes a um lençol de algodão, construídas em tijolos, telhas, tocos de bambu, barrancos, cantos de parede, garagens, geralmente em lugares escuros. Não são agressivas e os acidentes são raros, porém geralmente graves. Os primeiros sintomas de envenenamento são uma sensação de queimadura e formação de ferida no local da picada. O tratamento é feito com soro antiaracnídico ou antiloxoscélico.

Outras aranhas de interesse médico:

Lycosa sp. (aranha de grama)

Possui cor acinzentada ou marrom, com pêlos vermelhos perto dos ferrões e uma mancha escura em forma de flecha sobre o corpo. Atinge até 5 cm de comprimento, incluindo as pernas. O corpo atinge de 2 a 3 cm. Vivem em gramados e residências. Os acidentes são freqüentes, porém não são graves, não necessitando de tratamento com soro.

Caranguejeiras (diversos gêneros)
As caranguejeiras são aranhas geralmente grandes, com pêlos compridos nas pernas e no abdômen. Embora sejam muito temidas, os acidentes com elas são raros e sem gravidade, e por isso não se produz soro contra seu veneno.

Latrodectus sp. (viúva negra)

Possui cor preta, com manchas vermelhas no abdômen e às vezes nas pernas. São aranhas pequenas: a fêmea tem de 2,5 a 3 cm (o corpo com 1 a 1,5 cm) e o macho é de 3 a 4 vezes menor. Vivem em teias que constroem sob vegetação rasteira, em arbustos, plantas de praia, barrancos, etc., em lugares escuros. Conhecem-se no Brasil apenas alguns acidentes de pequena e média gravidade, não se produzindo soro contra as espécies brasileiras.

As aranhas que constroem teias aéreas de forma geométrica (circular, triangular, etc.), como as espécies de Nephila e outras, não oferecem perigo, mesmo quando são de tamanho grande.


Fonte: Instituto Butantan




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